domingo, 9 de novembro de 2008

Quer vivamos quer morramos ao Cristo pertencemos!

O mês de novembro inicia-se com a celebração de dois acontecimentos da nossa fé que em si mesmo estão associados. A saber: a comemoração de todos os santos e a celebração dos fiéis falecidos – dia de finados.
Esta frase do apóstolo São Paulo bem traduz o significado mais profundo desses dois acontecimentos. “Aquele que vive no Cristo e nele e encerra seus dias nessa peregrinação terrena, tem certamente o céu, como fim último de sua existência”.
O mesmo apóstolo vai dizer em outra passagem de suas cartas: “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”! Importa para nós que tenhamos nossos corações centrados no Cristo e conduzamos nossas vidas pelas verdade de nossa fé. Assim teremos o céu como destino e viveremos para sempre na comunhão dos santos.
E o que é ser santo? Sem dúvida é acima de tudo, viver a vida presente de tal modo que nossas ações, intenções, sentimentos sejam condizentes com nossa fé. É traduzir na própria vida o querer de Deus sobre nós.
Para tanto, viveremos neste mundo sem ser desse mundo; usaremos dos bens deste mundo sem a ele prendermos o nosso coração, sabendo que tudo nessa vida é passageiro e transitório. “Não temos aqui morada permanente, mas procuramos aquela que está por vir”.
A nossa disposição em saber renunciar às coisas que nos desviam da justiça, do bem absoluto que é Deus e de sua Verdade, vai antecipando para nós essa direção do céu, ainda que isso nos custe. Toda renúncia é sacrifício, mas todo sacrifício leva prêmio da vitória.
Somos, na verdade, resultado de nossas escolhas nessa vida. Seremos tão bons ou ruins, dependendo das escolhas que fizermos. E é exatamente aí que cabe a pergunta: que escolhas temos feito para nós? Que direcionamento temos dado à nossa existência neste mundo? Que caminho temos tomado?
A santidade se constrói assim como a destruição e a ruína e condenação. E na verdade somos nós os construtores de uma ou outra coisa. Afinal, que construção temos feito para nós?
Ao celebrar o mês de novembro que já nos aproxima do fim de mais um ano que se vai, a Igreja, como sábia mãe, nos convida a meditar sobre essas realidades. Não para nos deprimir ou acabrunhar, mas exatamente para que tenhamos a clara consciência de nossa responsabilidade como autores de nossa salvação.
Vamos, portanto, aproveitar todas as oportunidades que termos de ser santos. Que possamos ter um encontro pessoal com o Cristo em nossas vidas enquanto vivemos o nosso “kairós”, ou seja, este tempo da Graça, pois bem sabemos que depois virá o tempo do juízo e da sentença de Deus sobre nós.
A fé vivenciada nos anima a cada dia a buscar a santidade. “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito” nos ensina Jesus. Que a festa de todos os santos e a lembrança de nossa partida deste mundo renovem em nós a esperança cristã.
Pe. Jorge Guimarães de Oliveira (pároco da Igreja Matriz São Gonçalo, distrito de Goitacazes)