sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Amar ou Gostar? A difícil escolha humana

A sociedade infelizmente vive à mercê de sentimentos que confrontam com a vida cristã. O convívio humano vem opondo o amar ao próximo com o gostar dele que, à primeira vista, parecem afins. Mas qual é aquela diferença fundamental entre amar e gostar? Onde se situa a fronteira entre cada um desses sentimentos? Quando é que deixamos de gostar para passarmos a amar? Será que eu preciso gostar das pessoas a quem Deus me mandou amar?
Antes, vamos conceituar o amor dentro de nossa visão cristã. O amor de Deus se manifesta em suas várias intervenções na criação e na história de Israel. Deus dá uma prova suprema de amor, entregando seu próprio Filho à morte para nos salvar. Portanto, o amor do homem para com o Pai deve ser uma resposta. É o primeiro e o maior mandamento: “Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: 'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda tua alma, e de todo o teu espírito'. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo'.” (Mt 22,36 ss).
O amor é uma atitude, algo que se faz em favor de alguém que precisa de nosso auxílio. Amor não é um sentimento que se tem por um amigo ou um parente, ou aquele friozinho na espinha que sentimos quando uma pessoa querida está se aproximando. Deus nos enviou para amar e não para gostar de todas as pessoas. O grande desafio do cristianismo é que nele nós somos convidados a amar, sobretudo, aos inimigos, aos que nos perseguem e de nós falam mal.
Basicamente podemos afirmar que amar é DAR. Gostar é TIRAR. Quando se gosta de algo, estamos a obter uma “resposta”, fazendo com que haja um sentimento de obtenção de algo de outra pessoa. Por exemplo, você pode gostar muito dos seus filhos porque eles dão o prazer de os ter, de os ver, de estar com eles, de os abraçar etc.
Amar é o contrário, não é tirar prazer de alguém, mas é “DAR” algo a alguém; é DAR no sentido mais aberto da palavra; dar-me ao outro, colocar-me à disposição desse alguém, fazer com que esse alguém “TIRE” de nós o que quiser. A partir deste momento você compreende que ama seus filhos porque é capaz de se dar e entregar, para que eles tirem algo de você. Amar é uma entrega total.
Cristo nos deixou o seguinte ensinamento: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” e nessa frase sintetizou a essência da sua mensagem. Devemos nos doar aos outros, como Ele mesmo se doou a humanidade.
Diante desses fatos nos cabe a pergunta: Será que amamos ou gostamos da pessoa que está ou nosso lado?